Isayama (2013) considera o lazer como um espaço privilegiado para vivências lúdicas de conteúdos culturais, caracterizando-o como esfera abrangente, em profundas relações com o trabalho, com a educação, com a família, entre outras esferas do sujeito, além da compreensão como direito social previsto na Constituição Federal de 1988. Essa perspectiva apresenta a necessidade de formação de profissionais neste campo, que compreendam o seu papel político e cultural e, assim, a ação profissional deve avançar na ideia de estímulo à vivência qualitativa no contexto do lazer, sendo necessário contextualizar sua ação e atribuir novos significados e olhares sobre ela.
São várias as possibilidades de intervenção na esfera do lazer, mas é preciso ter clareza sobre aspectos referentes à especificidade e a abrangência desta ação. Se, por um lado, essa diversidade é interessante, por outro ela é complicada na medida em que envolve um domínio amplo de fundamentos, competências e habilidades, nem sempre trabalhadas adequadamente na formação profissional (WERNECK; STOPPA; ISAYAMA, 2001).
Complexa e diversificada é a caracterização do profissional que atua no lazer. Podem ser encontradas as mais diversas denominações para esse profissional, como: monitor, recreacionista, militante cultural, consultor de lazer, animador cultural, recreador, entre outras (MARCELLINO, 2000).
Para Silva e Gonçalves (2010) os profissionais podem atuar nos equipamentos e espaços de lazer em três ações, sendo-as: administração; execução e animação; e avaliação e manutenção.
Os estudos evidenciam uma atual preocupação do lazer como objeto de estudo, que provavelmente, aconteça com o crescimento da indústria do lazer e entretenimento. E esses estudos evidenciam que a Educação Física é a principal área de estudo que discute tal temática, abrigando a maioria dos grupos de pesquisas e suas respectivas publicações. Entretanto, tal conteúdo não é exclusivo à área, sendo evidenciado em outros cursos como Lazer e Turismo, Hotelaria, Pedagogia, entre outras.
O segmento do lazer apresenta ao profissional de lazer inúmeras tendências relativas ao crescimento das áreas de atuação, como os parques temáticos, o lazer nas empresas e o ecoturismo.
As áreas de atuação do recreador são: megaeventos esportivos, escolas, cruzeiros marítimos, esportes e atividades de aventura, clubes, hospitais, associações filantrópicas, acampamentos, buffets e casa de festas, meios de hospedagem (pousadas, hotéis e resorts), shows e espetáculos culturais, ruas e espaços públicos, e outros.
Ao mesmo tempo, em que se abrem novas portas e surgem oportunidades, é inquestionável a atualização do currículo com participações em palestras, cursos e congressos, oferecendo assim melhor capacitação, unindo a teoria com a prática adquirida.
REFERÊNCIAS
ISAYAMA, H. F. O profissional do lazer. Sinais Sociais, Rio de Janeiro, v. 8, n. 23, p.37-61, 2013.
MARCELLINO, N. C. Estudos do lazer: uma introdução. 2.ed. Campinas, SP: Papirus, 2000.
SILVA, T. A. C.; GONÇALVES, K. G. F. Manual de Lazer e Recreação: o mundo lúdico ao alcance de todos. São Paulo: Phorte, 2010.
WERNECK, C. L. G.; STOPPA, E. A.; ISAYAMA, H. F. Lazer e Mercado. Campinas, SP: Papirus, 2001.
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TIAGO AQUINO (PAÇOCA)
Graduado em Educação Física (FMU). Membro da World Leisure Organization. Autor de 50 livros em Educação, Educação Física e Gestão. Líder de Conhecimento da Universidade do Brincar. Diretor da Kids Move Consultoria, e Brincadeiras e Jogos. Consultor e Palestrante. Contato: pacoca@professorpacoca.com.br / Instagram: @brincadeiras.e.jogos
ALIPIO RODRIGUES PINES JUNIOR
Mestre em Ciências da Atividade Física (EACH-USP). Pesquisador do GIEL-USP. Membro do World Leisure Young Ambassadors (WLYA). Professor universitário (Universidade Anhembi Morumbi). Autor de mais de 30 livros. Diretor da Brincadeiras e Jogos, LAB-BRINCAR e Editora Supimpa. Contato: alipio.rodrigues@gmail.com / Instagram: @prof.alipiojunior
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